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O crescimento do PIB pode surpreender positivamente em 2019!

Os agentes econômicos esperam aumento no ritmo de crescimento do PIB em 2019. Na nossa visão, mesmo com uma aceleração já prevista, é possível que as estimativas estejam excessivamente cautelosas e há chance realista de uma expansão ainda mais forte, em torno de 3,5%.O último relatório semanal Focus, do Banco Central, indica que a mediana das expectativas é 2,53%. Tal número, caso confirmado, representaria uma aceleração importante em relação aos 1,32% previstos para 2018. E também frente à média do biênio 2017-2018, que foi de apenas 1,20%. Este último número, no caso, caracteriza um processo muito lento de retomada após a profunda recessão registrada entre 2014 e 2016.

O principal fator para otimismo maior que o captado no Focus é o impacto do choque positivo de expectativas, decorrente da solução do impasse eleitoral sobre o ciclo econômico. Pesquisas recentes mostram que as expectativas de consumidores e empresários estão apresentando uma sólida tendência de crescimento, o que tende a contribuir para uma retomada mais rápida e intensa.
Nesse sentido, é importante lembrar que a economia vinha em um ritmo relativamente sólido até o início de 2018. Mas perdeu tração à medida que o ambiente global se tornou mais hostil e que a incerteza político-eleitoral no Brasil aumentou. A despeito disso, indicadores estruturais como crédito e emprego preservaram a trajetória de melhora e deverão contribuir de forma mais intensa neste momento do ciclo. Adicionalmente, parece bastante realista a expectativa de que o novo governo irá implementar com rapidez medidas voltadas à melhora do ambiente de negócios no país. Como ações de simplificação, desburocratização e privatização, que visam melhorar a competitividade e produtividade.

À medida que essa expectativa se confirme, o impulso sobre a atividade tende ainda a se intensificar.
É evidente, porém, que não se trata de uma trajetória isenta de riscos. O ambiente global, que ganhou viés mais negativo para os emergentes desde o início deste ano, deve seguir predominantemente hostil. E isso impõe desafios adicionais à equipe econômica do futuro governo.A articulação política junto ao Congresso também é um desafio importante. Principalmente, porque existe o reconhecimento de urgência da aprovação de reformas constitucionais (em especial, a da Previdência), sem as quais a melhora do ambiente econômico não terá como se sustentar.Haverá dificuldades, mas as condições estruturais apontam como provável um cenário de “surpresa positiva” em relação à projeção mediana atual. Esperar um crescimento do PIB brasileiro em torno de 3,5%, ou mesmo marginalmente acima disso, é realista.

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